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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O ricardão de cada um

Todos tem seu ricardão! Ou melhor, todos não. Só quem registrou a identidade no Estado de São Paulo, tem o "privilégio" de ter um ricardão para o que der e vier. E se ele ficar gasto demais, dá até pra pedir substituição.
Peguem seus Registros Gerais e procurem por um nome prório que não seja o seu, nem o de seus pais...pronto, acharam o ricardão. Na verdade, para fazer justiça ao patriarca local da família, o ricardo que dá nome ao Instituto de Identificação paulista é o ricardinho. Ricardo Gumbleton Daunt, precursor da polícia científica (entre muitas outras coisas) era neto do outro Ricardo Gumbleton Daunt, médico e influente político de Campinas (entre muitas outras coisas), que passou à história simplesmente como Dr. Ricardo (atualmente, sinônimo de cracolândia).
Batida policial na rua Dr. Ricardo
.Mas o Dr. Ricardo, se depende-se de seu neto, poderia até ter sido canonizado. Diz o descendente em publicação de 1952 (Monografia Histórica de Campinas): "Como verdadeiro cientista e filantropo, sua vida foi sempre a negação do materialismo grosseiro, do individualismo egoísta. Senhor de escravos, tratava-os com excessiva e cristã brandura. Alimentava-os bem e lhes fornecia roupas e agasalhos necessários ao rigor do frio".

Então tá! Dr. Ricardão pra santão! Pena que não libertou seus escravos e distribuiu seus bens entre eles. As chances aumentariam.

O pior nessa história não é o primeiro Ricardo ficar em paz com sua consciência, mas o segundo, em plena metade do século XX considerar isso como padrão de extrema bondade.


Antiga residência da família Gumbleton Daunt (do meio)

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