Não conhecido pelos brasileiros, mas respeitado por muitos mundo afora. Luiz Martins de Souza Dantas era um humano pleno que enfrentou quase insuperáveis dificuldades para salvar do sofrimento e da morte centenas de vítimas do nazismo, não apenas judeus, mas também homossexuais, socialistas, comunistas...
O embaixador Souza Dantas era o chefe de nossa representação diplomática na França durante a 2ª Grande Guerra e a ocupação daquele território pelos alemães. Enfrentando nazistas e governo brasileiro, concedeu centenas, possivelmente milhares, de vistos diplomáticos para a saída da Europa dos refugiados. A maior parte desses vistos era irregular, uma vez que a ditadura Vargas havia proibido a sua concessão para judeus e outros grupos não aceitáveis para o projeto de país de então.
Souza Dantas entre Vargas e o ministro das Rel. Exteriores Oswaldo de Sousa Aranha (descendente da Viscondessa de Campinas) |
Enfrentar o governo brasileiro fez com que o embaixador sofresse consequências que só não foram maiores pela alteração da posição brasileira frente ao conflito bélico, afastando-se do Eixo em diração aos EUA. Souza Dantas não poderia mais ser punido, mas poderia ser esquecido. Foi o que ocorreu!
Iluminar a história de Souza Dantas traria luz, também, sobre o tempo de intolerância e obscurantismo que o Brasil então vivia e, vitimado pelo Golpe Militar, voltaria a viver após 64. O embaixador não era, de fato, um bom exemplo de disciplina e obediência.
Em 2012 completa-se 136 anos do seu nascimento (17.02.1876). Esse aniversário merece ser comemorado.
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